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Posts Tagged ‘infantil’

Há alguns anos atrás, as avós achavam lindo ver os netinhos “gordinhos”, cheios de dobrinhas como este bebê da foto acima. Criança “gordinha” era sinônimo de criança saudável. Minha avó, por exemplo, sempre que eu ia na casa dela, falava para a minha mãe que eu estava doente, pois sempre fui “magrinha” e sempre preparava um prato super cheio e eu tinha que comer tudo (tamanha era a preocupação dela com a minha saúde). Ainda hoje, acontece coisas parecidas com algumas crianças.

Mas muitos estudos,  já comprovaram que a obesidade pode trazer sérias consequências a saúde das pessoas, sejam elas crianças ou adultos.

Na infância, o organismo “define” o número de células adiposas que irá ter e esse número só poderá ser reduzido futuramente, quando essa criança já for adulta, através de alguns tratamentos específicos. Por isso, é importante dar a devida atenção para a alimentação das crianças. A família é a base para criar os hábitos, elas servem como um “espelho” para as crianças, que vão refletir o exemplo que tiveram dentro de suas casas. Ou seja, se a família, ou as pessoas mais próximas, não comem salada, não adianta querer que ela coma, pois não foi cultivado esse hábito para ela.

De acordo a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), realizada nos anos de 2008 e 2009 no Brasil, 1 entre cada 3 crianças de 5 a 9 anos está acima do peso recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e Ministério da Saúde. E 1 entre 5  Jovens de 10 a 19 anos, também estão acima do peso recomendado.

Hoje em dia aumentou o acesso a alimentos com calorias vazias (doces, refrigerantes, etc…), calorias que não trazem nutrientes benéficos ao organismo. Nas cantinas das escolas as crianças e adolescentes compram livremente o quanto elas querem e até mesmo em casa elas tem o fácil acesso a esse tipo de alimento. E também as formas de se divertirem estão diferentes, a maioria prefere se divertir na internet, ou em jogos eletrônicos ao invés de jogar bola com os amigos, correr, pular etc. Isso, tem influenciado para que a prevalência de obesidade em crianças só aumente ano, após ano.

Como consequências da obesidade, vem o Diabetes, Hipercolesterolemia, triglicérides elevados, hipertensão, aterosclerose etc. Mesmo que no momento a criança não tem apresentado nenhuma dessas alterações, o risco dela ter alguma dessas doenças é muito maior, em relação a uma criança da mesma idade, mas dentro do peso recomendado.

Mas não se desespere, não ponha seu filho, sobrinho, afilhado ou irmão, para fazer uma dieta maluca, que reduz bruscamente as calorias ou corta algum nutriente específico. As dietas devem ser realizadas com acompanhamento de um nutricionista e a saúde acompanhada por um médico, com exames e consultas periódicas.

As intervenções alimentares devem integrar a família da criança, não resolve apenas por uma dieta para a criança, pois ela não irá seguir, se sentirá “punida” e isso pode causar um desgaste psicológico a ela, levando ao aumento de peso novamente.

Uma das melhores formas de tratar as crianças que desejam perder peso é propor brincadeiras que gastem mais energia, como jogar bola, correr, dançar, pular corda, ao invés de ficar apenas dentro de casa jogando vídeo- game ou no computador e televisão. Assim como se indica para o adulto praticar alguma atividade física que goste, para a criança também é desta forma. Uma atividade que ela fará com alegria, a motivará a persistir e não desanimar na “guerra” contra a balança. E lógico, vale lembrar que uma atividade aeróbica, como o ato de correr, pedalar, caminhar e nadar, também auxiliam na redução dos níveis de colesterol e triglicérides e faz muito bem ao coração.

No CRN (Conselho Regional de Nutrição), a um tempo atrás, estavam distribuindo um “folder”  por iniciativa do CFN (Conselho federal de Nutrição) sobre a obesidade infantil, nele tinham as seguintes dicas para melhorar a alimentação e qualdiade de vida das crianças:

“1-Ensine o seu filho a mastigar bem os alimentos.

2- Controle o consumo de alimentos com muitas calorias e pouco nutritivos, como refrigerantes, frituras, doces, etc.

3- Inclua diariamente frutas e hortaliças na alimentação de seu filho, pois, são fontes de vitaminas e minerais que são necessários para o crescimento saudável de todas as crianças.

4- Alimentos não devem ser utilizados pelos adultos como forma de premiação de atitudes adequadas dos filhos ou, como forma de punição.

5- Diminua o tempo que a criança fica na frente da TV, computador e video game, por que o sedentarismo é um dos fatores que contribuem diretamente para a obesidade. Incentive brincadeiras que utilizem atividade física.

6- As crianças aprendem a comer alimentos que a família come, então, seja exemplo.”

Eu particularmente, sou contra a “ditadura da beleza”, onde as pessoas para serem bonitas e realizadas precisam ser magrinhas. Sou a favor da saúde,  também sei que existem muitos “magrinhos” por aí, que estão com vários problemas de saúde. Então calma, antes de tomar qualquer medida de intervenção, procure um nutricionista e um médico para avaliar a sua saúde e recomendar uma alimentação equilibrada que atenda as suas necessidades. Cada organismo tem as suas particularidades, diga não a dietas prontas, de gavetas. Nem sempre o que funciona com um, funciona com o outro.

“Crianças precisam de exemplos, se não têm um bom exemplo dentro de casa, vão procurar o exemplo de quem as dá mais atenção. Seja ele da família ou, seja ele um alguém mal intensionado.” (Frase que ouvi em um jornal na TV, semana passada. E que vale em todas as áreas da vida, seja alimentação, profissional, atitudes e na área psicológica, mental e espiritual.)

Referências Bibliográficas:
"Dicas para melhorar a alimentação e qualidade de vida do seu filho". www.cfn.org.br
"Obesidade Infantil". Mello, ED et all. Jornal de Pediatria. Vol.80, n3, 2004.
"Estratégias para prevenção da obesidade em crianças e adolescentes". Schuri, R; Souza, RA. Cad.Saúde Pública, Rio de Janeiro. 24. Sup2:S209.S234, 2008.
"Dislipidemia Infantil". Oliveira, G; Mendes, RT; Boccaletto, EMA.
 "Notícia: Começa a Campanha contra a obesidade infantil". www.brasil.gov.br/noticias

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